quarta-feira, 29 de agosto de 2012

CODIGO FLORESTAL

Comissão mista diminui área preservada em margens de rios
A comissão mista que analisa a Medida Provisória do Código Florestal (MP 571/12) acaba de aprovar por votação simbólica as mudanças no texto, propostas pelo relator da medida, senador Luiz Henrique (PMDB-SC). Por um lado, os parlamentares aprovaram a proteção aos rios intermitentes – com exceção dos cursos d’água efêmeros –, mas por outro, ampliaram os benefícios na recomposição de Áreas de Proteção Permanente (APPs) desmatadas irregularmente para propriedades de até 15 módulos fiscais.

Futuras alterações ainda poderão ser feitas no Plenário da Câmara e do Senado, para onde segue a MP do Código. Depois passa por sanção presidencial. Vale lembrar que a MP visa preencher lacunas deixadas por vetos da presidente Dilma Rousseff à nova lei que rege a proteção de vegetação nativa em propriedades privadas no país. A MP tem prazo limite para aprovação no Congresso até 8 de outubro.
MP do Código Florestal
Texto anterior
Texto aprovado
20 metros de proteção nas margens de rios para propriedades de 4 a 10 módulos fiscais
15 metros de proteção nas margens de rios para propriedades de 4 a 15 módulos fiscais
Para propriedades maiores, mínimo de 30 e máximo de 100 metros de proteção
Para propriedades maiores, mínimo de 20 e máximo de 100 metros

Pelo texto aprovado, o artigo 61-A da medida passa a estabelecer que as APPs à beira de cursos de rios deverão ter 15 metros, nas propriedades com área de quatro a 15 módulos fiscais pelas quais passem rios com até 10 metros de largura. No texto original da MP, a área a ser preservada seria maior, de 20 metros, e essa regra valeria apenas para propriedades menores, com áreas de quatro a 10 módulos fiscais.

“Nos demais casos (propriedades maiores ou com rios mais largos), as áreas das APPs serão determinadas pelo Programa de Regulamentação Ambiental, observados o mínimo de 20 e máximo de 100 metros, independentemente da largura do curso de água”, explicou o relator. Antes, o mínimo seria de 30 metros.
Em seu novo texto, relator determinou cinco metros de área de preservação permanente (APP) para os rios temporários, de até dois metros, que secam em determinadas épocas do ano.
29/08/2012 - 15h58 > Atualizada 29/08/2012 - 17h18


A mesma notícia, em outras palavras: 
Governistas e ruralistas fazem concessões e votam relatório do Código Florestal

Após sete horas de debate, integrantes da Comissão Mista do Congresso conseguiram votar nesta quarta-feira (29) o relatório da medida provisória que altera o Código Florestal.
A MP foi enviada ao Legislativo pela presidente Dilma Rousseff como um complemento aos vetos feitos por ela ao projeto do novo código. A proposta segue para votação no plenário da Câmara, que deve ocorrer na próxima semana.
De lados opostos, integrantes do governo e da bancada ruralista tiveram que fazer concessões para que a proposta fosse aprovada no colegiado.
Do lado dos ruralistas houve um recuo em relação à polêmica proposta que acabava com as APPs (área de proteção permanente) nos rios intermitentes, aqueles que em certos períodos do ano secam. O novo texto aprovado hoje retorna ao entendimento inicial de que tanto os rios intermitentes quanto os perenes (permanentes) contarão com APPs.
A exceção incluída no texto são para os rios efêmeros, aqueles surgidos em decorrência de uma forte chuva "imprevista" e que, após secos, não têm previsão de servirem novamente com um rio.
Também houve entendimento a favor do governo em estabelecer uma área de cinco metros de recomposição de APPs nos rios intermitentes de até dois metros de largura.
CONTRAPARTIDA
Em contrapartida o governo aceitou mexer no artigo da atual lei que trata das áreas consolidadas em APPs. O texto aprovado cria três novos cenários chamados pelos parlamentares de "escadinha".
Para imóveis rurais médios (4 a 15 módulos) que tenham rios com até 10 metros de largura, o proprietário deverá recompor a vegetação em 15 metros a partir das margens.
Nos casos de imóveis médios que tenham rios com largura maiores de 10 metros, o mínimo a ser recomposto com vegetação será 20 metros e o máximo de 100 metros. A definição exata do tamanho da recomposição será feita com base no Programa de Regularização Ambiental
Com relação ao uso de irrigação em APPs, também um dos pontos de entrave, poderá se fazer um reservatório no curso do rio, mas será preciso ter autorização ambiental, que vai dizer quanto de APP deverá ser recomposto.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Projetos imobiliários verdes

Empresas que investem em empreendimentos sustentáveis têm conquistado clientela




Já faz certo tempo que soaram os alertas quanto à diminuição dos recursos naturais, o aquecimento global e os males que a humanidade tem causado ao planeta em que vivemos. Desde então o assunto permeou por entre a mídia e pelo mundo, e a nova onda da sustentabilidade já não é mais tão recente assim. Bancos lançaram talões de cheque com papel reciclado, as eco bags viraram moda e, no caso do mercado imobiliário, as construções sustentáveis conquistaram adeptos e se tornaram um nicho do mercado em que os empresários passaram a investir.
Segundo Marcelo Willer, diretor de novos negócios da Alphaville Urbanismo, especializada em projetos urbanísticos verdes, a empresa vende os seus empreendimentos com um valor no mínimo 30% acima do mercado justamente porque os clientes procuram por projetos sustentáveis. “Virou parte do negócio, o cliente não dissocia sustentabilidade da nossa marca”, comenta ele. Os empreendimentos da Alphaville têm tratamento de esgoto, reuso de água, permeabilidade de solo para evitar alagamento e grande quantidade de área verde, acima do exigido por lei.
Já a Inovatech Engenharia obteve um crescimento de 100% este ano em relação ao seu faturamento bruto investindo em construções verdes.
Segundo Luiz Henrique Ferreira, diretor da empresa, esse crescimento está ocorrendo porque os investidores estão percebendo que a construção sustentável já é uma realidade e representa um grande diferencial para os empreendimentos imobiliários. “As empresas que buscam nossos serviços têm, entre os seus clientes, consumidores que percebem a sustentabilidade como valor agregado”, explica.
Para ele, o mercado consumidor valoriza cada vez mais a sustentabilidade, elegendo produtos que não causam danos ao meio ambiente e preferindo os empreendimentos com soluções construtivas sustentáveis.
Em função disso, a Inovatech, que nasceu como gerenciadora de obras de luxo, resolveu concentrar sua operação na área de certificação ambiental de empreendimentos. “Estamos fazendo uma mudança qualitativa”, explica Ferreira, que tem investido sistematicamente em inovações e na contratação de uma equipe de elevado nível técnico.
Em relação a 2008, hoje triplicamos o número de funcionários na área de consultoria em construções sustentáveis”, comenta Ferreira.

E a classe C e D?
Apesar da onda verde, móveis sustentáveis e empreendimentos imobiliários que prezam os recursos naturais do planeta ainda são mais caros. Um seminário que aconteceu na sede da na sede da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), no último dia 12, discutiu a importância desse mercado chegar às classes C e D.
“As alternativas de sustentabilidade não podem ser aplicadas somente nas residências de alto padrão. As habitações populares necessitam mais e causam um maior impacto direto ao meio ambiente”, afirmou Eduardo Trani, chefe de gabinete da Secretaria da Habitação. Ele explicou ainda que os esforços dos promotores habitacionais devem focar a redução do passivo ambiental, no incremento da sustentabilidade e ciclo de vida urbano, e na relação entre mutuários e a sustentabilidade. “Nenhum projeto terá sucesso se não for realizado um trabalho social muito forte”, disse Trani sobre a necessidade de conscientizar os moradores dos conjuntos. (Bárbara Vieira)
BOX/SUB

Consciência ambiental dos brasileiros ainda pode melhorar
Apesar do mercado imobiliário já ter sentido crescimento na fatia da poplação que consome produtos verdes, estudos apresentados pela TNS Ri e Recherche mostraram que, no Brasil, 8% da população jamais escutou ou muito menos praticou alguma atitude sustentável, e 45% são considerados “ausentes” quanto à causa verde. Os estudos revelaram também que 51% dos brasileiros são considerados “envolvidos”, e apenas 4% “engajados” de fato.
A pesquisa também revelou que a maioria dos envolvidos é atraída pela economia que a sustentabilidade proporciona, e não pela consciência ambiental. Ou seja, o ponto principal ao se limpar a calçada de casa com a vassoura, e não com água, é a diminuição na conta ao final do mês.
Os motivos para ainda não terem aderido à causa verde apontados pelas pessoas que responderam a pesquisa foram falta de opções acessíveis, desconfiança quanto aos programas ecológicos desenvolvidos pelas empresas, ausência de conhecimento, entre outros. Para Gilberto Wiesel, empresário e administrador de empresas pós-graduado em Marketing pela FGV, a solução é engajar os clientes. “É necessária uma comunicação clara sobre os prejuízos causados pela sua empresa e sobre o que é realizado para reduzi-los, além de ações ecológicas que incluam o cliente e torne-o parte atuante de suas ações em prol do meio ambiente, relaciona a sua marca à palavra sustentabilidade, acrescenta credibilidade e agrega valor ao seu negócio”, comenta. (BV)



Custos da sustentabilidade não são repassados ao consumidor


 

O custo para construir um imóvel "verde" pode ser de 3% a 8% maior do que o comum, dependendo da tipologia dele (comercial, residencial, casa ou edifício) e do grau de sustentabilidade.

Porém, de acordo com o diretor de Sustentabilidade do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), Hamilton de França Leite Júnior, esse montante não tem sido repassado para o consumidor final, e sim incorporado pelas empresas.

"Vemos que se o consumidor tem duas opções de imóveis com as mesmas características e preço igual, ele escolhe pelo sustentável. Mas ele não está disposto a pagar mais por isso", explica.

Leite Júnior diz que as vantagens de um imóvel "verde" são muitas, como a redução no consumo de água e energia, o que deixa o condomínio até 25% mais em conta. Mas as pessoas ainda não sabem avaliar e quantificar os reais benefícios deles.

Auto-denominação x Selo de sustentabilidade
Entretanto, ele alerta que algumas construtoras afirmam que seus próprios empreendimentos são sustentáveis, sem abrangerem todos os aspectos de um imóvel considerado "verde". Leite Júnior cita quatro quesitos diferentes para análise:

1. Obra: envolve o processo de construção; redução de perda de materiais; preocupação com o entorno da construção; a origem do material escolhido, como a madeira, entre outros.

2. Saúde do ocupante: tinta à base de água nas paredes internas (há produtos que emitem gases tóxicos ao longo da vida útil); a acústica do imóvel, etc.

3. Meio ambiente: redução do consumo de água e energia; diminuição de emissão de poluentes e gases de efeito estufa, entre outros.

4. Conforto: visual, olfativo, de temperatura, etc.

"É preciso avaliar uma série de questões para dizer se o empreendimento é sustentável", pondera Leite Junior. Por isso, ele acredita que o ideal é uma terceira parte dizer isso, como as certificações.

Entre as existentes hoje no Brasil, temos o LEED (do Green Building Council), que é importado dos EUA; o AQUA (da Fundação Vazolini), baseado no francê Haute Qualité Environnementale – HQE; e está chegando um com conceito inglês, chamado Breeam.

Pré-requisito!

Ele acredita que ainda estamos na fase inicial e começando a entender os valores da sustentabilidade na construção civil. Mas o que hoje é uma tendência será uma exigência no futuro.

"Os clientes de imóveis têm de 30 a 40 anos. As gerações mais novas têm mais informações e, quando forem comprar, vão ter a sustentabilidade como pré-requisito e não como diferencial", aponta.

ONU
No início do mês de abril, o Secovi-SP se filiou ao SBCI (Sustainable Buildings and Climate Initiative), uma iniciativa do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio ambiente).

De acordo com Leite Junior, o sindicato tem o papel de buscar ações que estão sendo implementadas pelo mundo e disseminar no mercado imobiliário interno. "Estar no SBCI é uma forma de ter contato direto e acesso a profissionais e organizações do mundo inteiro", enfatiza.

O órgão congrega os stakeholders-chave do setor imobiliário (indústria, negócios, governo, autoridades locais, instituições de pesquisa, universidades, especialistas e ONGs) e trata especificamente da sustentabilidade em assuntos relacionados à edificação e ocupação urbana, especialmente no que diz respeito às alterações climáticas, trabalhando para promover as melhores práticas na área.


Fonte: http://www.publicidadeimobiliaria.com/2011/04/imovel-custos-da-sustentabilidade-nao.html

sábado, 11 de agosto de 2012

MESTRE EM GESTÃO E AUDITORIA AMBIENTAL

Mais uma conquista da Professora Leni.
O título de Mestre em Gestão e Auditoria Ambiental pela Universidade de León, Espanha, com nota máxima:
10!

TEMA
ECONOMIA VERDE E BOAS PRÁTICAS: subsídios para a certificação de produtos


RESUMO
Economia verde e boas práticas, subsídios para a certificação de produtos, trata de uma pesquisa cujo tema central refere-se a boas práticas para certificação de produtos com o objetivo de identificar os programas de certificação de produtos agrícolas existentes no Brasil e relacionar as implicações dessa certificação no meio ambiente e na economia para subsidiar ações de desenvolvimento sustentável no município de Nova Mutum MT. A pesquisa propõe registrar práticas agropecuárias que busquem conquistar o selo de “garantia de origem” do produto. Defendendo a tese que uma economia verde demanda mudanças de paradigmas e, por isso, de ações e atitudes de todos os atores sociais na perspectiva de boas práticas se pretende dar conta da proposta de um desenvolvimento sustentável.
Palavras-chave: economia verde; boas práticas; sustentabilidade
Esta pesquisa foi dedicada às pessoas que dão sentido a tudo o que já fiz na vida e que continuam sendo a motivação de vivências pautadas na ética, no cuidado e no amor: meu marido, Altamir Ziliotto, e meus filhos, Altamir Junior, Fernanda e Virginio.
AGRADECIMENTOS
Da necessidade de potencializar meu trabalho enquanto professora tutora externa de cursos de graduação em Ciências Biológicas e Gestão Ambiental partiu a motivação para aprofundar os estudos na área da Gestão Ambiental complementada, aqui, pela Auditoria.
Assim, às universidades que promoveram minha atuação como profissional e com isso a necessidade de aperfeiçoamento, o meu agradecimento. Inclui-se aqui o agradecimento à presença qualitativa no processo de estudos deste curso por parte dos professores e tutores da FUNIBR.
Professora Dra. Alina, orientadora, agradeço a compreensão, a orientação, a paciência, enfim, a dedicação para que esta pesquisa se apresente como mais uma contribuição importante na proposta de reflexão acerca de questões ambientais, tão necessárias e urgentes nesse século.
Além da dedicatória, agradeço ao meu marido e aos meus filhos pelo incentivo, apoio, compreensão e administração das minhas ausências durante o período de estudos.
Agradeço aos meus pais pela infância saudável, pelo exemplo de caráter e pela educação amorosa, bases importantes para escolhas ponderadas e atitudes pautadas na perseverança, na justiça, no trabalho honrado e honesto e principalmente no cuidado com o próximo e com o meio ambiente.
Aos meus alunos, desde a Educação Básica ao Ensino Superior, referências e motivações para a construção de conhecimentos significativos em prol de uma vida sustentável e com qualidade a todos, agradeço a presença de cada um na escrita da minha historia, incluindo esse breve estudo.
Às empresas que já confiam em meu trabalho de Gestora e Auditora Ambiental mesmo antes do título definitivo de “Mestre”, pela confiança e oportunidade de dar uma nova dinâmica em minha trajetória profissional.
Dedicar tempo e atenção a entrevistas que quebram a rotina de trabalho e exigem compreensão e colaboração com temas acadêmicos, em tempos em que o foco é metas, não faz parte das prioridades da maioria das empresas. Por isso, agradeço aos entrevistados, o tempo disponibilizado, à atenção ao tema, à importância dispensada ao trabalho de entrevistas e a compreensão da importância da pesquisa.
Queridos colegas de curso, agradeço o compartilhamento de ideias, as ajudas, a jornada caminhada juntos.
TEMAS DESENVOLVIDOS NA TESE
CERTIFICAÇÃO
Ø  Avaliação da Conformidade
Ø  Sistema Brasileiro de Certificação – SBC
Ø  Comitê Brasileiro de Certificação – CBAC
Ø  Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - Inmetro
Ø  Organismo de Certificação Credenciado – OCC
Ø  Reconhecimento Internacional
Ø  Norma ISO 14001 – CGA
Ø  O que é a ISO 14001
Ø  Certificação de Produto
Ø  Certificação de Produtos no Brasil
Ø  Organismos de Certificação de Produtos - OCP
Ø  Normas de Certificação
Ø  Processos de normatização, acreditação e certificação
Ø  Certificação de produtos agrícolas orgânicos
Ø  Certificação de produtos alimentícios
Ø  Certificação de Biomassa
Ø  Normas existentes para produtos agrícolas
Ø  Normas existentes para alimentos
Ø  Norma GLOBALGAP
Ø  Normas existentes para Biomassas - Norma ISCC
Ø  A Certificação Agrícola
Ø  Certificações de Produtos Agropecuários no Brasil
Ø  Selo Garantia de Origem
Ø  Rastreabilidade – qualidade desde a origem
Ø  Benefícios da Rastreabilidade
ECONOMIA VERDE
Ø  Cultura Ambiental-Sustentável
Ø  Economia, Meio Ambiente e Sustentabilidade
Ø  Verde: adjetivo agregado - Atores, prioridades e elementos
Ø  Uma nova era para os negócios?
Ø  O selo verde
Ø  Questões do selo verde
Ø  Selo verde no Brasil
Ø  Copa Verde
Ø  Benefícios esperados com os selos verdes
Ø  Economia verde, PNUMA e Brasil
CONTEXTO DA PESQUISA
Ø  Brasil
Ø  Região Centro-Oeste
Ø  Mato Grosso
Ø  Nova Mutum
ESTUDO DE CASO – GLOBAL GAP EM NOVA MUTUM MT
Ø  Programa de Certificação Sustentável para a Produção Agropecuária de Nova Mutum MT
Ø  Implementação do Programa e Desenvolvimento de Normas e Padrões
Ø  Estrutura do Programa
Ø  Empresas que assinaram a Carta de Intenções para o Piloto do MUTUMGAP
Ø  Agropecuária Melina
Ø  BIOAUTO – Biocombustíveis
Ø  Grupo Mutum Agropecuária
Ø  Grupo Vanguarda do Brasil
Ø  Brf-Brasil Foods S.A
Ø  Presidente da Câmara Municipal de Vereadores
Ø  Secretário da Industria, Comércio e Turismo
Ø  Associação dos Feirantes de Nova Mutum MT
Ø  Feirante e Vereador do Município de Nova Mutum MT
Ø  Vigilância Sanitária De Nova Mutum MT
Ø  Outras Ações - Levantamento e Abordagem ao Consumidor
CONSIDERAÇÕES, CONTRIBUIÇÕES E PROPOSIÇÕES
Sob a chuva abro um mapa-múndi.
Joan Brossa
Ao fazer o recorte para o tema “certificação de produtos agropecuários no município de Nova Mutum-MT”, esta pesquisa sistematizou dados que pretendem ser, doravante, subsídios para programas de desenvolvimento econômico viável e ecologicamente sustentavel, na perspectiva de uma sociedade justa e cidadã, como contribuição à construção de políticas públicas adequadas ao desenvolvimento de uma economia verde.
A apresentação e divulgação do programa de certificação de produtos agropecuários em fase de implementação no município de Nova Mutum, estado de Mato Grosso, o programa MutumGap, representa, aqui, um referencial para estudos sobre agricultura sustentável com o propósito de promover o programa e suas decorrentes vantagens ambientais e sociais.
Da proposta de identificar e comparar programas de certificação de produtos agropecuários existentes no Brasil, que por sua vez subsidiam ações de sustentabilidade, delimitou-se a descrição e deu-se ênfase ao programa MutumGap desenvolvido em Nova Mutum.
Como pesquisa exploratória descritiva, apresenta este relatório como panorâmica, uma primeira abordagem do tema/problema proposto em seu projeto original. É, portanto, precursor de pesquisa posterior mais aprofundada, fornecendo informações preliminares para futuras hipóteses.
  Não é intenção, com esta pesquisa, ser completos nos temas apresentados, e mais especificamente o que parece ser base de sustentação dos argumentos: a questão da sustentabilidade. Concorda-se que o tripé da sustentabilidade é de caráter complexo e seu conceito em permanente diálogo com teóricos e científicos. Porém, parece que há consenso acerca da importância da certificação de produtos como uma estratégia de diferenciação, garantindo ao consumidor que foram obtidos sobre normas específicas de produção, atuando ainda como recurso indispensável à aceitação no mercado externo.
Nesse sentido, os setores agropecuário e agroindustrial, bem como demais setores de produção de alimentos, precisam promover processos de inovação tecnológica no sentido de incorporar modelos e tecnologias mais limpas ou de menor impacto ambiental, com vistas à sustentabilidade, à saúde humana e ao bem estar humano e animal.
Concorda-se também que existem dois elementos que permeiam e interferem, positiva ou negativamente, nos três pilares da sustentabilidade. Ou seja, em teoria os três pilares da sustentabilidade são: econômico, social e ambiental. Os dois elementos que interferem, não aparecem em bibliografias que tratam do tema, nem como elementos nem como pilares de sustentação: o político e o educacional. 
Esses dois elementos são tratados como pano de fundo, percebidos na fundamentação teórica aqui apresentada e nos depoimentos dos agentes sociais entrevistados para esta pesquisa. Com isso pode-se inferir que, por isso, são determinantes, uma vez que se a situação se estabelece como economicamente viável, socialmente justa e ambientalmente correta, subentende-se que as políticas públicas foram efetivadas de maneira adequada para que isso se estabelecesse, e que a cultura do grupo social é favorável e de ações com base nessas três práticas ditas fundamentais à sustentabilidade. Ainda, pela história da educação, ela, a educação, é fator importante na construção de uma cultura saudável de formação de “boas cabeças” pelo viés do conhecimento. A argumentação teórica de “boas práticas”, sejam elas ambientais, agrícolas, econômicas, sociais, enfim, pressupõe “boas cabeças”, uma analogia a cultura de ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável.
Desenvolvimento sustentável, no conceito do mercado, prevê a expansão do chamado consumidor verde.  Esse fenômeno, na dinâmica das sociedades contemporâneas, constitui um enfoque em expansão no mundo empresarial e entre certos economistas ambientais. E o maior investimento está sendo em construir uma cultura de consumidor verde. Por isso da importância de programas educacionais e políticas públicas nessa direção. Assim, pode-se afirmar que os selos verdes e as certificações são uma forte tendência.
No contexto pesquisado, a comprovação de que a certificação, os selos de garantia de origem, a proposta de uma economia verde como práxis é dada pelo cenário aqui apresentado desde as grandes corporações que buscam aumentar a produção e o mercado de exportação até o pequeno produtor que busca atender ao consumidor com qualidade e fortalecer a renda familiar.
Acredita-se que economia verde, que pressupõe desenvolvimento sustentável, demanda estratégia ambiental que, por sua vez, pressupõe políticas públicas adequadas aos novos contextos e, por isso, aos novos conflitos. A estratégia precisa estar clara em seus princípios, em seus objetivos e em suas propostas bem como ser gerida por um órgão competente, preferencialmente pelo órgão ambiental maior de cada nação. No caso do Brasil, o Ministério do Meio Ambiente, e no caso de municípios, como Nova Mutum, a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente em parceria com a Secretaria de Saúde.
Cada nação/instância, em sua autonomia e segurança ambiental, deve estabelecer critérios que tornem viável o desenvolvimento sustentável do país/estado/município, considerando os fatores: econômico, social, cultural, político, geográfico-ambiental e institucional dos programas. Para tanto, há necessidade de assimilar a conjuntura e seus desafios, tomando o momento crítico atual como uma oportunidade de encarar o desenvolvimento sustentável mediante ações convergentes baseadas nos princípios de equidade, participação democrática e respeito a todas as formas de vida.
Considera-se também que o panorama do contexto pesquisado corrobora os argumentos de HISSA (2008) quando pontua a dicotomia entre avanço tecnológico e qualidade de vida. É fato, as considerações de inúmeras teses de iniciação científica que apresentam os benefícios gerados pela ciência moderna e pelos avanços tecnológicos, aqui pontuados na “garantia de origem” pelo sistema de “rastreabilidade”. Ao mesmo tempo, as pesquisas consideram a realidade das populações mundiais a partir da leitura de estatísticas que confirmam os benefícios dos avanços tecnológicos concentrados em frações das sociedades ou apropriadas por minorias, fortalecendo as realidades de falta de qualidade de vida a uma grande população “marginal”. Essa realidade brasileira está aqui apresentada no item “Brasil” ao discorrer brevemente sobre as contradições de um pais emergente e que ao mesmo tempo apresenta quadros alarmantes de miséria e analfabetismo.
No que tange a essa pesquisa, o MutumGap corrobora com esse quadro de dicotomia entre avanço tecnológico e qualidade de vida por confirmar o modo cultural de organização social que não favorece o acesso irrestrito e democrático. O quadro é de perpetuação de aplicações perversas dos conceitos ambientais e de desenvolvimento humano por atores econômicos e políticos poderosos, que se valem das tendências e necessidades, no caso a Economia Verde, para fortalecer ainda mais seus poderes.
Cabe aqui propor ações como o fortalecimento das políticas públicas ao uso dos mecanismos educação e comunicação, corroborando Castro (2009) quando propõe um programa, não projeto, de educação em larga escala, para produtores, consumidores, economistas, ambientalistas, enfim, ocupantes do planeta terra.
Diante do simplismo das explicações correntes, o antídoto é a educação. Somente pessoas realmente educadas são capazes do julgamento necessário para examinar o seu cotidiano sob uma perspectiva ampla e articulada, incluindo na sua analise tudo aquilo que precisa ser incluído. No caso, não deixando de fora o meio ambiente (CASTRO, 2009. Prefácio).
A educação se faz necessidade e aqui proposta como indicativo de necessidade de mudança de cultura, uma cultura de uma economia em que o fluxo em circuito fechado entre produção e consumo como pressuposto para o desenvolvimento se abra a um fluxo de sustentabilidade (fig. 1), percebendo que os recursos naturais são finitos e, por isso, devem ser utilizados de maneira responsável, olhando para as gerações futuras. A cultura da sustentabilidade em todas as áreas será construída pela educação, com métodos e técnicas de transdisciplinaridade, ou seja, de pesquisa, para a formação dos futuros gestores sociais.
O contexto brasileiro atual sinaliza um sistema político nacional adepto ao crescimento econômico acelerado, colocando em risco as questões de sustentabilidade ecológica e justiça social. Pode-se, aqui, citar uma relação de ações necessárias especificamente para o Brasil, como: incentivar mais a pesquisa ambiental uma vez que somente com o conhecimento profundo dos biomas será possível criar estratégias mais eficazes para a sua preservação; com o avanço da fronteira do boi e da soja que milhões de hectares de florestas, subsidiar a recuperação das áreas degradadas seria uma abordagem econômica mais racional, porque na pratica recuperar custa o dobro do que simplesmente desmatar; como elemento do novo conceito economia verde pode-se criar para as cidades impostos verdes a exemplo do estado do Paraná com o programa ICMS verde que premia os municípios com desempenho acima da média no tratamento de lixo e na conservação de bacias hidrográficas; unificar as leis ambientais pois, pela sua complexidade, diversidade e quantidade, provoca insegurança jurídica, dificulta a fiscalização e cria oportunidades para corrupção – leis mais simples são mais eficientes; criar um plano nacional de zoneamento econômico-ecológico para conhecer quais são as áreas aráveis e quais são preserváveis, e, com isso, evitar erros por ignorância; tornar mais vantajoso manter uma árvore de pé do que cortá-la, remunerando os proprietários que conservarem as matas nativas em suas terras; entre outros.
A economia verde como conceito para práticas futuras no mercado mundial é um paradigma recente, com base nas tecnologias ambientais para o crescimento econômico e a proteção do meio ambiente.
Corrobora-se, também, os paradigmas de gestão ambiental propostos por Colby, apresentado por Costa (2008) em “Meio Ambiente e Desenvolvimento” que identifica, Colby, uma progressiva convergência de “dois campos separados: o da economia, que tradicionalmente se associa a noção de desenvolvimento, e o da ecologia, que usualmente se justapõem à ideia de preservação da natureza.” (COSTA, 2008, pg. 89). Porque deixa em aberto questões para novos estudos como: O que é economicamente prático? O que é tecnologicamente possível? O que é ecologicamente necessário? O que é politicamente operacionalizável?
O exposto no item 2.3.3 desta pesquisa apontam para algumas respostas ao fazer referência à necessidade da construção de uma cultura para a práxis de desenvolvimento sustentável. Porém são reflexões com pouca complexidade e profundidade. Assim, deixa-se em aberto a proposta de pesquisa acerca dos valores de cada cultura, de cada povo, a fim de ter referencial útil na construção e execução de uma estratégia de economia verde. Acredita-se que a questão vai além de saber e de saber fazer. Há uma urgente necessidade das sociedades humanas “querer” fazer.
“Querer fazer” pressupõe a materialização da sustentabilidade, ou seja, a transformação da filosofia e do discurso em ação e realização. E o sucesso da agricultura brasileira tem plenas condições de continuar e até ser ampliado no mercado internacional. Para tanto é preciso avanços efetivos nas questões de responsabilidade socioambiental e não apenas configurar no cenário dos eventos, congressos, fóruns e debates. A harmonia entre o desenvolvimento econômico, o uso natural dos recursos e a promoção da cidadania é um sonho sonhado. Várias metas já estão traçadas. É preciso iniciar a caminhada da “ação”.
Professora Leni Chiarello Ziliotto
Mestre em Gestão e Auditoria Ambiental