quarta-feira, 7 de setembro de 2011

REGULARIDADES CELESTES



Via Láctea



Idade  = ~13 000 000 000 anos
N° de estrelas   200.000.000.000¹,400.000.000.000²
Constelação  Sagitário
Dimensões  78500 al, 24000 pc
Raio   50.000 al, 15,33 kpc
Magnitude absoluta  -20,9
Massa 10¹² massas solares
Buraco negro central  Sagittarius A
Outros nomes: Galáxia da Terra, Galáxia local, Galáxia Via Láctea


A Galáxia da Via Láctea ou (Galáxia Via Láctea), comumente referida como a Via Láctea é uma galáxia espiral onde se encontra o Sistema Solar. É uma estrutura constituída por cerca de duzentos bilhões de estrelas (algumas estimativas colocam esse número no dobro, em torno de quatrocentos bilhões) e tem uma massa de cerca de um trilhão e 750 bilhões de massas solares. Sua idade está calculada entre 13 e 13,8 bilhões de anos, embora alguns autores afirmem estar na faixa de quatorze bilhões de anos.

Estrutura
São seis partes que constituem a Via Láctea: núcleo, bulbo central, disco, os braços espirais, o componente esférico e o halo.

Núcleo
O núcleo está localizado no centro do sistema, tem a forma de uma esfera achatada e é igualmente constituído por estrelas, mas de idade mais avançada (chamada de população 2), apresentando por isso uma cor mais avermelhada do que o disco. Tem um diâmetro calculado em cerca de cem mil anos-luz e uma altura de trinta mil anos-luz, sendo uma fonte de intensa radiação eletromagnética, provavelmente devido à existência de umburaco-negro no seu centro. Este é envolto por um disco de gás a alta temperatura e por partículas de poeira interestrelar que o ocultam, absorvendo a luz visível e a radiação ultavioleta. Porém, na faixa de radiofrequência é detectável com certa facilidade. O buraco negreo central recebeu o nome de Sagittarius A, sua massa foi estimada em aproximadamente quatro milhões de vezes a massa do Sol. Ao seu redor parece haver indicação da presença de nuvens de gás em rápido movimento e ionizadas. Esta é devida a fortes emissões de raios X, e radiação infravermelha provenientes do núcleo galáctico.

Bulbo central
O bulbo central galáctico é em torno do núcleo galáctico, sua forma é esférica e constituído principalmente por estrelas do tipo população 2 (estrelas velhas). Esta região da galáxia é rica em elementos pesados. Também estão presentes aglomerados globulares de estrelas semelhantes (de mesma composição), e suas órbitas são aproximadamente radiais ao redor do núcleo.

Disco
O disco é a parte mais visível da galáxia, e é nesta estrutura sobre a qual repousam os braços da Via Láctea; sua espessura equivale a um quinto de seu diâmetro. Constituído pela população mais jovem de estrelas (chamada de população 1) de cor azulada, por nuvens de poeira, gás e por aglomerados estrelares. As estrelas do disco, têm um movimento de translação em volta do núcleo. Todas as estrelas que observamos no céu nocturno, estão localizadas no disco galáctico.

Braços espirais
Estrutura observada junto as extensões extrapoladas dos braços espirais da Via-Láctea.

Os 4 maiores braços espirais da galáxia junto com o braço menor de Órion estão nomeados como se segue, de acordo com a imagem:


Cor
Braço(s)
Ciano
3kpc e Perceus
Violeta
Norma
Verde
Scutum-Crux
Rosa
Carina_Sagittarius

Existem pelo menos 2 braços menores ou ramificações que incluem:
Laranja
Óriun (que contém o Sistema Solas e o Sol)


Fora dos braços principais está o anel externo ou anel de Monoceros,  um anel de estrelas ao redor da Via-Láctea que foi proposto pelos astrônomos Brian Yanny e Heidi Jo Newberg. Esse anel consiste de estrelas, poeira e gás capturados de outras galáxias há bilhões de anos atrás.

Concepção artística da estrutura espiral da Via-Láctea com seus dois braços principais e uma barra.

Até 1956 não se conhecia a existência de braços espirais na Via Láctea. A visualização da estrutura espiral era ocultada pela poeira interestelar e dificultada por ser efectuada do interior da própria galáxia. Até 2008 acreditava-se que possuía 4 braços mas imagens reveladas pelo telescópio Spitzer vieram refazer uma teoria de décadas como acreditavam todos os astrónomos. Robert Benjamin da Universidade de Wisconsin-Whitewater sugeriu que a Via-Láctea possui apenas dois braços estelares principais: o braço Perceus e o braço Scutum-Centaurus. Os demais braços foram reclassificados como braços menores ou ramificações.
Esses dois braços principais, Centaurus e Perceus,  contêm ambos uma enorme concentração de estrelas jovens e brilhantes. Desta forma, a Via-Láctea é classificada como sendo uma galáxia espiral e seus braços estão em movimento rotatório em torno do núcleo à semelhança de um grande cata-vento. É no braço menor de Órion que está localizado o nosso sistema solar. O Sola efetua uma rotação completa a cada duzentos milhões de anos e está localizado a cerca de 27 mil anos-luz do centro galáctico.

Dificuldades na sua observação
A observação e o estudo da Via Láctea é dificultado pelo fato de o plano galáctico estar obscurecido por nuvens de poeira e gás (atómico - H e molecular - HII) que absorvem a luz visível. Assim, muito do que sabemos da estrutura geral da nossa galáxia é inferido a partir da observação de outras galáxias e por observação através de observatórios capazes de medições em comprimento de onda não bloqueados pelas poeiras (nomeadamente infravermelho, Raios X e SHF, principalmente).

A rotação galáctica
A Via Láctea descreve como um todo um movimento de rotação. Seus componentes não se deslocam à mesma velocidade. As estrelas que estão a uma distância maior do centro, movem-se a velocidades mais baixas do que as mais próximas. O Sol descreve uma órbita que pode ser considerada circular. Sua velocidade relativa ao Universo gira em torno de 225 Km/s, seu período de revolução é de aproximadamente de duzentos milhões de anos.

Envolvente
A Via Láctea está inserida no chamado Grupo Local de galáxias, que é constituído por cerca de trinta outras galáxias. As principais são a Via Láctea (a mais maciça) e a galáxia de Andrômeda (a de maior dimensão) separadas entre si em cerca de 2,6 milhões de anos-luz. Estas duas galáxias espirais gigantes estão em órbita de um centro de massa comum. As restantes galáxias do Grupo Local são de pequenas dimensões e forma irregular, sendo que algumas são satélites da nossa galáxia (como as famosas nuvens de Magalães) quer da de Andrômeda e a sua cor azul e umas manchas pretas arrozadas.

Fotografia panorâmica de 360º de toda a galáxia, vista do Sistema Solar.

Histórico de pesquisas
Antes do século XX
O folósogo grego Demócrito (470 a.C. – 370 a.C.) foi o primeiro a propor que a Via Láctea era composta por estrelas distantes. A prova disso veio em1610 quando Galileu Galilei usou um telescópio para a estudar e descobriu que era composta por um número incalculável de estrelas. Uma obra de Kant publicada em 1755 sugere (correctamente) que a Via Láctea era uma massa de muitíssimas estrelas em rotação, seguradas pela força da gravidade tal como o sistema solar mas numa escala gigantesca. Kant conjecturou também que algumas das nebulosas visíveis durante a noite deviam ser galáxias tal como a nossa. A primeira tentativa de descrever forma da Via Láctea e o posicionamento do sol foi feita por William Herschel em 1785 pela cuidadosa contagem do número de estrelas nas diferentes regiões do céu. Herschel construiu um diagrama com a forma da galáxia com o sistema solar próximo do centro. Em 1845, Lord Rosse construiu um novo telescópio e conseguiu distinguir as diferenças entre uma nebulosa elíptica e uma em forma de espiral.

Depois do século XX
 
Fragmento da Via Láctea (Foto: Observatório do Paranal).

Harlow Shapley
Até o início do século XX, acreditava-se que a Via Láctea fosse um sistema relativamente pequeno, com o Sol próximo de seu centro. Mediante a análise da distribuição espacial dos aglomerados globulares na galáxia, Harlow Shapley realizou em 1917 o primeiro cálculo seguro das reais dimensões da Via Láctea. Shapley descobriu que o Sol se situava a trinta mil anos-luz do centro galáctico e que estava mais próximo das bordas. Calculou um diâmetro de cem mil anos-luz para a Via Láctea, e que havia corpos aparentemente em órbita desta, que emfuturo próximo Edwin Hubble provou serem outras galáxias.

Edwin Hubble
Foi a partir do trabalho realizado pelo astrónomo norte-americano Edwin Hubble em 1924 que houve a determinação aproximada da extensão de nosso universo. Hubble provou pela teoria conhecida atualmente como a constante de Hubble que existem outras galáxias, e que estas seafastam de nós. Ao medir a razão (velocidade) a que as galáxias se afastavam (indicando assim que se encontravam a uma grande distância), permitiu demonstrar que afinal essas estruturas se encontravam fora da Via Láctea e eram "ilhas" constituídas por estrelas.

Walter Baade
O astrônomo Waltes Baade observou pela primeira vez na década de 1940, durante suas pesquisas sobre a galáxia Andrômeda, a teoria da nucleossíntese, que estabelece que a abundância de elementos pesados em gerações sucessivas de estrelas deve aumentar com o tempo, e que o processo de formação de estrelas terminou no halo há muito tempo, mas continua até os dias atuais no disco de Andrômeda. Através deste estudo, descobriu haver um paralelo também com a formação e evolução da Via Láctea pela análise da correlação existente entre a localização espacial de uma estrela no sistema galáctico e sua abundância em elementos pesados. Baade e outros astrônomos concluíram então que as estrelas encontradas no disco da Via Láctea são tipo população I (estrelas jovens e pouco abundantes em elementos pesados), e que as do halo classificam-se principalmente como população II (estrelas velhas e abundantes em elementos pesados), enquanto as do núcleo são uma mistura homogênea dos dois tipos.

















Fonte
Google Earth
Assembléia Legislativa de MT
     H. Frommert; C. Kronberg (25 de agosto de 2006). The Milky Way Galaxy (em inglês). SEDS. Página visitada em 28 de outubro de 2007.
     Benjamin, R. A. (2008). "The Spiral Structure of the Galaxy: Something Old, Something New...".
     Beuther, H.; Linz, H.; Henning, T. (ed.) Massive Star Formation: Observations Confront Theory 387: 375, Astronomical Society of the Pacific Conference Series.
     Bryner, Jeanna. "
New Images: Milky Way Loses Two Arms", Space.com, 2008-06-03. Página visitada em 2008-06-04.


 

Referências

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