De acordo com o INPE (Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais), no ano passado foram registrados 32.064 focos
de incêndio no país e, em 2012, até o mês de setembro, já foram registrados
mais de 39.892 incêndios, números alarmantes que ficam ainda piores após
estimativa de que até o final do ano de 2012 serão registrados 79.677 casos, um
aumento de 140% em relação aos números do ano de 2011.
Na região do bioma
Cerrado, que compreende principalmente o Distrito Federal e os estados de
Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, parte de Minas Gerais,
Bahia, Maranhão e Piauí, segundo o coordenador de Emergências Ambientais do
ICMBio, Christian Berlinck, na época das secas, a maioria dos incêndios são
causados pelas próprias pessoas da região. “Os incêndios podem ser colocados
por muitos motivos, principalmente para limpeza de área para agricultura e
renovação de pastagem, porém como a vegetação fica muito seca, o fogo espalha-se
muito rápido, fugindo do controle”, destaca. Também, o especialista destaca que muitos desses
incêndios são de ocorrência natural, na maioria das vezes ocasionadas por consequência
de raios, que normalmente, precedem as chuvas. “Assim, a própria chuva ajuda a
apagar os focos de fogo evitando que eles tomem grandes proporções”, afirma.
Para minimizar o
problema, a Reserva Natural Serra do Tombador, uma das maiores Reservas
Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) do Cerrado, localizada em Cavalcante
(GO), criou neste ano uma brigada voluntária comunitária de combate a
incêndios. A reserva é administrada pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à
Natureza e, de acordo com a administradora da Reserva, Daniele Gidsicki, a
experiência tem sido bastante positiva. “Nós unimos esforços com aqueles que
estavam interessados em fazer algo a mais pela região e o retorno foi ótimo.
Tivemos uma boa aderência e estamos percebendo que a população local está mais
conscientizada”, explica.
Christian Berlinck
afirma que o fogo em uma unidade de conservação traz grandes prejuízos para a
população e para a região. “Podemos destacar a perda de biodiversidade, redução
qualitativa e quantitativa da água, emissão de gases com potencial para agravar
o aquecimento global, perda de nutrientes do solo, erosão, morte de animais e
alteração da vegetação”, ainda segundo o coordenador de Emergências Ambientais
do ICMBio, esse tipo de ação é válida, haja vista que o que é necessário uma
ação em conjunto entre governo e sociedade. “O Governo Federal sozinho não
consegue fazer frente a eventos difusos e com diversas causas, precisa do
engajamento da sociedade civil. Felizmente o ICMBio e a Fundação Grupo
Boticário estão construindo uma parceria sólida e integrada para apoio mútuo
nas ações de prevenção e combate a incêndios”.
A capacitação dos
voluntários da brigada foi realizada em parceria com a Coordenação Geral de
Proteção Ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
(CGPro/ICMBio).
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