Depois
de trinta anos do primeiro inventário sobre as florestas do Brasil, o país terá
um novo documento com informações sobre as florestas brasileiras. O primeiro e
único Inventário Florestal Nacional do país é da década de 1980, e teve como
principal foco o monitoramento dos estoques de madeira das florestas. A ministra
do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, destacou que o novo documento será mais
amplo e comprometido com a sustentabilidade. “O objetivo é gerar uma lógica de
exploração sustentável, com emprego, desenvolvimento regional e proteção
ambiental”.
O
levantamento atual foi iniciado em Santa Catarina e no Distrito Federal em 2011
para testes, e começa a ser feito em escala nacional a partir deste ano. A previsão
é que fique pronto até 2016. Segundo a ministra, o inventário terá um papel
relevante para que o poder público oriente melhor as políticas ambientais. “Isso
tem uma importância muito grande para a questão das concessões florestais, para
o estoque de carbono, enfim, para conhecermos o que o Brasil tem em todas as suas
dimensões florestais”.
Fonte: http://www.acaoverde.org.br/v2/mostra.php?noticia=2069
Ela
também ressaltou a importancia do documento para o traçado de uma política
extrativista mais sustentável. “A importância não é só grande na estratégia de
conservação, mas na estratégia econômica de apropriação sustentável que estamos
construindo, de ampliar a participação da madeira nativa no mercado de consumo
legal de madeira no Brasil”.
Para
o diretor de políticas públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, Mario
Mantovani, o inventário é fundamental para o país. “O inventário florestal num país
como o Brasil é um fator definitivo. Aqui a questão florestal é determinante,
até porque há muitos dados contraditórios neste debate do Código Florestal, a legislação
teve um conflito muito grande de interesses. Ele irá nortear uma ação de
política pública em relação aos biomas”, disse à Rádio Brasil Atual.
Segundo
o Serviço Florestal Brasileiro, cerca de 62% dos 8,5 milhões de quilômetros
quadrados do Brasil é território composto por florestas, portanto,além da
pesquisa de campo, que será feita por universidades e instituições ambientais,
haverá a análise de imagens feitas por satélite. O novo documento prevê ainda
entrevistas com moradores locais e formas de uso das florestas.
O
objetivo do Inventário Florestal é obter dados de vinte mil pontos florestais
em todo o país, sendo que sete mil deles ficam na Floresta Amazônica. A cada
cinco anos há previsão de atualização dos dados. Segundo Mantovani, o sucesso
deste projeto pode possibilitar que os recursos florestais sejam
democratizados. “Precisamos fazer com que todos os recursos que temos hoje se
transformem em benefícios para todos, e não só para poucos segmentos.”
O
custo total do novo inventário é estimado em R$ 150 milhões, dos quais R$ 65
milhões serão liberados pelo Fundo Amazônia, administrado pelo Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e social (BNDES).
Fonte: http://www.acaoverde.org.br/v2/mostra.php?noticia=2069
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