DIVERSIDADE E CIDADANIA
OBJETIVO
Socializar trabalhos elaborados pelos alunos da Escola Rui Barbosa durante o ano letivo de 2011 bem como promover uma campanha para equipar a biblioteca da escola com acervo bibliográfico.
ATIVIDADES
1. Mostra de trabalhos dos alunos
2. Doação de livros
3. Lançamento do livro “Carolina fechou uma porta”
As exposições temáticas são importantes para aprofundar a pesquisa delimitada. Já uma exposição da diversidade, favorece o envolvimento de todos ao abrir um espaço democrático onde cada um tem a oportunidade de demonstrar seus interesses, suas habilidades, suas competências, suas especificidades. Assim ocorreu na I Exposição Diversidade e Cidadania da Escola Estadual Rui Barbosa. Percebeu-se o envolvimento espontâneo de um número significativo de alunos provocados a expor temas do interesse individual ou do consenso de equipes. Também, a metodologia ficou a critério de cada um. Pelo tempo disponibilizado aos alunos e professores para produzir material para a exposição, o evento foi um sucesso, com a presença de pais, de autoridades, da mídia local e da comunidade de Nova Mutum. Artes plásticas, maquetes, literatura de cordel, a tabela periódica, a cultura afro brasileira, as questões ambientais, a salaweb foram alguns dos trabalhos expostos.
O segundo objetivo do evento, promover uma campanha para equipar com acervo bibliográfico a biblioteca da Escola, foi parcialmente atingido, com a doação de livros de colaboradores da comunidade de Nova Mutum, da Diretora da escola, professora Geni Gombienki e da professora Leni Chiarello Ziliotto que, além da doação de livros, reverteu a renda da venda do livro lançado no evento para a aquisição de obras para a biblioteca.
Destacamos a exposição dos resultados de uma pesquisa de campo feita pelos alunos da Turma A, terceira fase do segundo ciclo de formação humana, no tema ambiental. A pesquisa teve o objetivo de calcular a pegada ecológica dos mutuenses com base em um questionário aplicado a mais de 400 entrevistados. A pegada ecológica refere-se ao espaço que cada um ocupa no planeta para sustentar seu estilo de vida. Na sistematização dos dados foram construídos gráficos e analisados em um comparativo com a pegada ecológica do Brasil, de outros países e a média mundial. Também, como resultado dessa pesquisa, considerando a arte um hialoplasma para as diversas disciplinas, um mural temático foi pintado por alunos de diversas fases, os artistas da escola, em uma parede da área de circulação.
Apresentação e análise dos resultados
O conceito de Pegada Ecológica nos permite saber a quantidade de recursos naturais que utilizamos para suportar o nosso estilo de vida, onde se inclui a cidade e a casa onde moramos, os móveis que temos, as roupas que usamos, o transporte que utilizamos, o que comemos, o que fazemos nas horas de lazer, os produtos que compramos, entre outros. É uma estimativa do impacto que o nosso estilo de vida tem sobre o Planeta, permitindo avaliar até que ponto a nossa forma de viver está de acordo com a sua capacidade e disponibilizar e renovar os seus recursos naturais, assim como absorver os resíduos e os poluentes que geramos ao longo do anos. A Pegada Ecológica traduz em hectares a área que um cidadão ou sociedade necessita para suportar as suas exigências diárias.Esse cálculo é feito com base em um questionário respondido pelas pessoas de uma determinada comunidade, cidade, país.Para o mucincipio de Nova Mutum, os alunos da terceira fase do segundo ciclo de formação humana da Escola Estadual Rui Barbosa aplicaram o questionário a 478 pessoas e obtiveram os resultados apresentados no QUADRO 1 e traduzidos no GRAFICO 2. Um percentual de 92,88 % dos entrevistados responderam o questionário completo, dando condições de computo da pontuação, e 7,12 % dos entrevistados responderam parcialmente o questionário, inviabilizando o computo da pontuação para esse percentual de entrevistados, conforme GRÁFICO 1.
O computo da pontuação para os alunos da escola Rui Barbosa e CEJA do turno vespertino não foi detalhado por turma como foi feito com pontuação do turno matutino (QUADRO 1). O objetivo de somar a pontuação por turma do turno matutino foi para viabilizar a analise da pegada ecológica da turma autora da pesquisa, no caso a 3ª fase do 2º ciclo, por comparação com as demais turmas do mesmo turno. Percebeu-se que, por comparação, das turmas do turno matutino, a turma de alunos autora da pesquisa é a que apresenta a maior pegada ecológica, um resultado que provocou seriedade e reflexão nos alunos.
Ao sistematizar a pontuação do turno vespertino (QUADRO 1), constatou-se que a pegada ecológica superou de todas as turmas e do total do turno matutino, o que deu um cesto conforto à turma autora da pesquisa, ou seja, uma breve sensação de que não são “os piores em relação ao meio ambiente”.
Também, por comparação, ao analisar a pegada ecológica do Brasil, de outros países e da média mundial (QUADRO 2), constatou-se que a pegada ecológica do município de Nova Mutum está alta, equivalendo-se a maioria dos países europeus. No QUADRO 3 a comparação é com Brasil e média mundo. A diferença é grande, com pegada dos mutuenses bem acima da media nacional e mundial.
QUADRO 2: Pegada ecológica de alguns países
País | Pegada ecológica per capita (ha) |
Alemanha | 6,0 |
Austrália | 8,9 |
Bangladesh | 0,6 |
Bélgica e Luxemburgo | 6,6 |
Brasil | 2,2 |
Espanha | 5,5 |
Estados Unidos da América | 12,5 |
Etiópia | 0,8 |
França | 7,3 |
Itália | 5,6 |
Países baixos | 6,3 |
Portugal | 5,1 |
Reino Unido | 6,3 |
Suécia | 8,2 |
Mundo (média) | 2,9 |
Nova Mutum | 5,2 |
QUADRO 3: Pegada ecológica de Nova Mutum, Brasil e média mundo
País | Pegada ecológica per capita (ha) |
Brasil | 2,2 |
Mundo (média) | 2,9 |
Nova Mutum | 5,2 |
Fonte: Pesquisadores (alunos da Escola estadual Rui Barbosa -Nova Mutum/MT- e professora da disciplina de Ciências da Natureza)
Considerações finais da pesquisa de campo
Ao refletir o estilo de vida e a área, em hectares, necessária para manutenção desse estilo de via, conclui-se que a pegada ecológica dos mutuenses esta elevada se comparada com a média do país e do mundo. Equivale-se a dos países europeus.
Para diminuir a pegada ecológica há a necessidade da mudança de alguns hábitos, entre eles, o que é básico, a regra dos três R’s: Reduzir, Reutilizar e Reciclar.
Nesse conceito básico dos três R’s há diversas ações, como: redução de consumos energéticos aliada apolíticas públicas de incentivo à pesquisa para energias alternativas e renováveis; redução da contaminação dos reservatórios hídricos bem como programas de tratamento e reutilização das águas servidas; reduzir significativamente a produção de resíduos sólidos; reciclagem da maior quantidade possível dos resíduos sólidos recicláveis e destinação adequada dos resíduos não recicláveis e tóxicos; políticas públicas eficientes para erradicação da miséria e pobreza de comunidades humanas; programas de educação para um meio ambiente sustentável; entre outros.
Para a efetivação das sugestões apresentadas, há a necessidade de repensar o estilo de vida de cada um, de cada comunidade, de cada país, enfim, do conjunto planetário das sociedades humanas, e isso interfere nas questões econômicas, culturais, sociais e ambientais.
Para finalizar, propõe-se também uma reflexão sobre a presença e atuação de ONGs européias e americanas em território brasileiro envolvidas com questões ambientais, interferindo no equilíbrio entre preservação ambiental e desenvolvimento social humano, com base na análise da pegada ecológica.
Usando termos do senso comum, poderiam questionar: quais os argumentos para essas instituições cobrarem do Brasil o que eles não cumprem, não praticam?
Enfim, é sabido que a questão ambiental é importante e a necessidade de repensar hábitos e atitudes é urgente. O ritmo acelerado de destruição conjugado ao ritmo lento de soluções para problemas estabelecidos, reflete a cultura e os propósitos da sociedade humana, que, pelo quadro atual, no mínimo é preocupante. Apesar do avanço tecnológico e de implementação de projetos importantes e significativos, a abrangência dessas ações ainda está longe de fazer a diferença na questão ambiental.
A imagem
Imagem de uma casa coberta pelas bandeiras de Mato Grosso e de Nova Mutum.
Bandeira do Brasil na parede da frente da casa, com a imagem do planeta Terra ocupando o espaço do círculo da Bandeira do Brasil.
Uma pegada humana no centro da imagem do planeta Terra.
Mantida a imagem do planeta Terra protegido por mãos pintada na parede por alunos do Centro de Educação de Jovens e Adultos Paulo Freire, elemento da 1ª Feira Cientifica Cultural - A Ciência e a Humanidade: “O Clamor do Planeta.”
Um espaço da parede da casa com um quadro mural para as manifestações da comunidade escolar, em que, nesse evento, apresenta os dados e a analise dos dados da pesquisa “Pegada Ecológica”.
Interpretação nos conceitos Cidadania e Pegada Ecológica:
A Escola Estadual Rui Barbosa, criada em 2011 para atender a demanda de alunos do ensino fundamental de Nova Mutum, funciona no espaço físico do Centro de educação de Jovens e Adultos Paulo Freire - CEJA. Os eventos de uma Escola é prestigiada e complementada pela outra. Assim, a imagem do planeta Terra pintado na parede pelos alunos do CEJA na feira Cientifica Cultural, é elemento da imagem pintada pelos alunos da escola Rui Barbosa no projeto Pegada Ecológica. O propósito é favorecer a construção de atitudes de cooperativismo e solidariedade ao “acrescentar” e não “excluir”.
A imagem de uma pegada humana no planeta Terra, envolto pelas bandeiras do Brasil, de Mato Grosso e de Nova Mutum, tem por base a Agenda 21, que propõem atitudes locais com conseqüências globais, ou seja, a atitude de cada um, na sua própria casa, com seu estilo particular de vida, ambientalmente interfere no município, no estado, no país e no mundo.
Assim sendo, a provocação é para que cada um reflita sobre as consequências ambientais que o estilo de vida próprio está provocando.
Lançamento do livro Carolina fechou uma porta, da professora Leni Chiarello Ziliotto, parte da trilogia Migração. Renda revertida para aquisição de acervo bibliográfico param a Escola Rui Barbosa.
Sessão de autógrafos do livro Carolina fechou uma porta, no evento do Centro de Educação de Jovens e Adultos Paulo Freire
Com mesmo espírito de solidariedade ao acrescentar presente em diversas ações que envolvem as duas instituições que funcionam no mesmo espaço físico, Escola estadual Rui Barbosa e Centro de Educação de Jovens e adultos Paulo Freire - CEJA, ocorreu a sessão de autógrafos do livro ‘Carolina fechou uma porta’ no evento do CEJA ‘I Feira de Linguagens Do Mundo da Leitura para a leitura de Mundo’.
2 comentários:
Amiga Leni, feliz por ver-te, mais uma vez, cercada por aquilo que objetivas em tua vida: alunos, escola, livros, leitores e...escrever, escrever e escrever. E, também, emocionada, por me permitires o privilégio de participar, por pouco que seja, dessas tuas realizações e gratificações!
Sucesso, sempre! Tu mereces!
Querida Lizete,
O privilégio é meu por ter você entre na minha história. E honra suas participações, em livos, em revisões de textos, em manifestações como esta.
Um gerande beijo.
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