segunda-feira, 28 de novembro de 2011

CONSCIÊNCIA NEGRA


A lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar, data em que comemoramos o Dia Nacional da Consciência Negra. A mesma lei também tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. Nas escolas as aulas sobre os temas: História da África e dos africanos, luta dos negros no Brasil, cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, propiciarão o resgate das contribuições dos povos negros nas áreas social, econômica e política ao longo da história do país.

A escola brasileira sempre apresentou o afro descendente pobre, sem histórias próprias, com uma população subalterna, sem-cultura e escravizada. As imagens dos próprios livros didáticos apresentavam a família ideal com brancos sentados à mesa de refeições sendo servidos por afro descendente. Por isso houve a necessidade de reverter esse quadro e, muito além de reverter o quadro, a necessidade de considerar todos como iguais, em uma sociedade cidadã, como diz a máxima de Leonardo da Vincci: não somos iguais pela cor da pele, sim pela cor do sangue.

Assim, tratar da importância e valorização da cultura negra dentro da escola, criando espaços para manifestações artísticas que proporcionem reflexão crítica da realidade e afirmação positiva dos valores culturais negros pertencentes a nossa sociedade foi a proposta do projeto desenvolvido na Escola Estadual Rui Barbosa de Nova Mutum-MT.

Durante o ano letivo de 2011, permeando todas as disciplinas sob o conceito de transversalidade, consciência negra foi tema de diversas atividades que promoveram análises acerca das contribuições da cultura africana da formação do povo brasileiro bem como da importância da pluralidade cultural para a construção de sociedades humana solidárias, justas e de paz.

A culminância do projeto ocorreu, conforme cronograma, dia dezenove de novembro nas dependências da Escola que contou com a presença de todos os segmentos da comunidade escolar.
As atividades que contemplaram expressões da arte e cultura negra no evento foram:

- A Capoeira e sua importância - através de demonstrações coreográficas de grupos locais;
- A musicalidade de contextualização negra - com a participação de cantores amadores da escola e do município, enfatizando um rap cuja letra foi escrita pela professora da Escola Rui Barbosa, Casturina Martins França Sessi e coreografada por alunos também da Escola;
- As coreografias fundamentadas nas raízes negras - com a participação de grupos locais;
- A teatralidade interpretativa de textos da cultura africana - monólogos, poesias etc.
- A exposição dos trabalhos produzidos em sala de aula por alunos da Escola Rui Barbosa e do CEJA Paulo Freire. 
 

TRÁFICO NEGREIRO
(Rap escrito pela professora Casturina e coreografado por alunos da Escola)

Os africanos trazidos para o Brasil
Pelo tráfico negreiro
São considerados hoje,
O negro brasileiro.


Os africanos levados para o Brasil pela rota transatlântica mundial,
Vieram da África Centro Ocidental, Austral e África Ocidental.

As contribuições dos africanos que descendem os brasileiros é especial
São de três ordens: econômica, demográfica e cultural.

Os filhos dos escravizados nasciam no meio dessa manobra
Só serviam para o aumento da popular mão-de-obra.

O tráfico negreiro é considerado como uma das maiores tragédias da história da humanidade
Homens e mulheres morreram nos porões dos navios, sem nada de liberdade!

Foram arrancados de suas raízes como escravos em confinamento
Para a vida reservada a eles nos países que ajudaram no seu desenvolvimento

A palavra escravidão não foi inventada por maldade
É uma prática antiga na história da humanidade.

Os africanos não ficam à vontade, quando o assunto vem de novo,
Sentem-se acusados de serem co-responsáveis pelo tráfico de seu povo.
Os africanos não ficam á vontade, quando o assunto vem de novo.
Sentem-se ameaçados e co-responsáveis pelo tráfico de seu povo.




PESQUISA BREVE - ZUMBI DOS PALMARES

Zumbi foi o grande líder do quilombo dos Palmares, respeitado herói da resistência antiescravagista. Pesquisas e estudos indicam que nasceu em 1655, sendo descendente de guerreiros angolanos. Em um dos povoados do quilombo, foi capturado quando garoto por soldados e entregue ao padre Antonio Melo, de Porto Calvo. Criado e educado por este padre, o futuro líder do Quilombo dos Palmares já tinha apreciável noção de Português e Latim aos 12 anos de idade, sendo batizado com o nome de Francisco. Padre Antônio Melo escreveu várias cartas a um amigo, exaltando a inteligência de Zumbi (Francisco). Em 1670, com quinze anos, Zumbi fugiu e voltou para o Quilombo. Tornou-se um dos líderes mais famosos de Palmares. "Zumbi" significa: a força do espírito presente. Baluarte da luta negra contra a escravidão, Zumbi foi o último chefe do Quilombo dos Palmares.

O nome Palmares foi dado pelos portugueses, em razão do grande número de palmeiras encontradas na região da Serra da Barriga, ao sul da capitania de Pernambuco, hoje, estado de Alagoas. Os que lá viviam chamavam o quilombo de Angola Janga (Angola Pequena). Palmares constituiu-se como abrigo não só de negros, mas também de brancos pobres, índios e mestiços extorquidos pelo colonizador. Os quilombos, que na língua banto significam "povoação", funcionavam como núcleos habitacionais e comerciais, além de local de resistência à escravidão, já que abrigavam escravos fugidos de fazendas. No Brasil, o mais famoso deles foi Palmares.

O Quilombo dos Palmares existiu por um período de quase cem anos, entre 1600 e 1695. No Quilombo de Palmares (o maior em extensão), viviam cerca de vinte mil habitantes. Nos engenhos e senzalas, Palmares era parecido com a Terra Prometida, e Zumbi, era tido como eterno e imortal, e era reconhecido como um protetor leal e corajoso. Zumbi era um extraordinário e talentoso dirigente militar. Explorava com inteligência as peculiaridades da região. No Quilombo de Palmares plantavam-se frutas, milho, mandioca, feijão, cana, legumes, batatas. Em meados do século XVII, calculavam-se cerca de onze povoados. A capital era Macaco, na Serra da Barriga.

A Domingos Jorge Velho, um bandeirante paulista, vulto de triste lembrança da história do Brasil, foi atribuído a tarefa de destruir Palmares. Para o domínio colonial, aniquilar Palmares era mais que um imperativo atribuído, era uma questão de honra. Em 1694, com uma legião de 9.000 homens, armados com canhões, Domingos Jorge Velho começou a empreitada que levaria à derrota de Macaco, principal povoado de Palmares. Segundo Paiva de Oliveira, Zumbi foi localizado no dia 20 de novembro de 1695, vítima da traição de Antônio Soares. “O corpo perfurado por balas e punhaladas foi levado a Porto Calvo. A sua cabeça foi decepada e remetida para Recife onde, foi coberta por sal fino e espetada em um poste até ser consumida pelo tempo”.

O Quilombo dos Palmares foi defendido no século XVII durante anos por Zumbi contra as expedições militares que pretendiam trazer os negros fugidos novamente para a escravidão. O Dia da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro no Brasil e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695.
Fonte: www.brasilescola.com/.../dia-consciencia-negra-heroi-chamado-zum...


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