AÇÕES PEDAGÓGICAS E COOPERATIVISMO

A vivência da cidadania e da cooperação pressupõe construção desses conceitos nos gestores sociais. Esse é um dos propósitos do programa A União Faz a Vida do Sicredi ao apoiar ações pedagógicas de crianças e adolescentes em idade escolar.

Assim, algumas dessas ações pedagógicas desenvolvidas em escolas de Nova Mutum-MT durante o ano de 2011 foram selecionadas para uma exposição que ocorreu em novembro no espaço do Salão Paroquial da Sagrada Família.

Da Escola Estadual Rui Barbosa dois trabalhos foram selecionados:

1.      Código Florestal Brasileiro e Desenvolvimento - uma questão de cidadania     

2.      Minha história, minha vida

A ação pedagógica Código Florestal Brasileiro e Desenvolvimento - uma questão de cidadania envolveu os alunos participantes desse projeto Sala Web com o objetivo de identificar o nível de envolvimento dos mutuenses, residentes no perímetro urbano, no processo de modificação do texto do Novo Código Florestal Brasileiro. Essa ação surgiu da necessidade de articular uma pesquisa sobre Meio Ambiente e Cidadania, tema escolar da disciplina de Ciências da Natureza e tema transversal de todas as disciplinas escolares. O Código Florestal Brasileiro foi evidenciado como delimitação do tema por ser uma questão ambiental emergente na vida diária dos brasileiros durante o ano de 2011.      

O argumento em nível ambiental é evidente. Em nível educacional, está pautado na organização do ensino nas escolas da rede publica do município de Nova Mutum, que é por ciclo de formação humana, pressupondo inter e transdisciplinaridade. Por isso, a metodologia por projetos que favorece ações pedagógicas para uma educação significativa, provocativa, investigativa, enfim, promotora de pesquisadores e não meros repetidores e expectadores dos processos que ocorrem em um ambiente escolar.

A metodologia por projetos é um fazer pedagógico inter e transdisciplinar bem como promotor da pesquisa. A inter e transdisciplinaridade pressupõem a construção do conhecimento a partir de vivencias dentro e fora do ambiente escolar e de significação para os envolvidos. A pesquisa é a base de um fazer pedagógico que favorece o desenvolvimento de ações em equipe, seja para pesquisas teóricas, para coleta de dados, para a análise dos dados, para a construção de relatórios e principalmente, a culminância com a socialização dos resultados, que não tem como ser individual, é uma ação coletiva, de cooperação. A troca de informações promove uma ação coletiva de reflexão sobre a prática.

No enfoque da interdisciplinaridade, todas as áreas estão envolvidas:

Área das Linguagens: Com a construção dos textos com concordância verbal e nominal bem como com coerência, coesão e gramaticalmente correto, das pesquisas, da sistematização e da análise dos dados bem como das considerações. A elaboração tanto do projeto quanto do relatório na formatação adequada às normas científicas promove o desenvolvimento de capacidades procedimentais e cognitivas no que se refere a estética e a cientificidade dos estudos realizados. Ao socializar os resultados da pesquisa, a contribuição está no desenvolvimento das capacidades da expressão oral, da postura em público, da leitura fluente, da interpretação de leituras - teóricas e não teóricas - entre outras. A construção de material para a socialização, como os Power Point, os cartazes, as imagens, os textos, exigem da criança e do adolescente o desenvolvimento e o aprimoramento de habilidades gráficas, plásticas, de informática, da estética enquanto visual e de ética enquanto conteúdo e análise.

Área das Exatas: A construção e a interpretação dos gráficos e outros cálculos de porcentagens no que se refere à matemática são uma constante em um trabalho de pesquisa. Em relação a ciências da natureza, o conteúdo programático para as fases/séries do ensino fundamental têm em seu bojo maior as questões ambientais, envolvendo as diversas formas de vida, os ecossistemas, os biomas, as classificação e identificação dos seres vivos a partir de características particulares e, com grande ênfase, as condições adequadas para a sobrevivência de todas as formas de vida, por isso, em equilíbrio com o ambiente e entre si. Sendo a sociedade humana a que interfere significativamente nos ambientes, há a necessidade de regular essas ações, através de normas, leis. Assim, as ações desta pesquisa têm o propósito de contribuir para a conscientização ambiental e para a potencialização das capacidades procedimentais, atitudinais e cognitivas de pesquisador reflexivo nos futuros gestores ambientais ao relacionar os temas escolares às práticas sociais, aqui, especificamente, os temas ambientais da fase/ciclo às leis ambientais brasileiras.  

Área das humanas: Promoção do desenvolvimento de hábitos e atitudes relacionados à ética enquanto futuros gestores ambientais. A relação entre sociedade humana e seus processos, no caso a ocupação e exploração dos espaços e recursos naturais, é fato. Assim, faz-se necessário contemplar essa reflexão nas ações pedagógicas de propostas educacionais que pretendem desenvolver o ser humano por completo. Essas ações permeiam todas as áreas de conhecimento, pressupondo interdisciplinaridade. Outro exemplo é o estudo do perfil do relevo do estado de Mato Grosso, com ênfase ao município de Nova Mutum, evidenciando os biomas existentes para fazer o contraponto com as exigências do Código Florestal Brasileiro e das propostas de modificações do texto. Normas construídas para ordenar ações humanas, nesse caso as leis ambientais, são tema, entre outros, da área das humanas. E, como já citado na área das Linguagens, a construção de análises e considerações a partir de dados coletados, por leituras ou a campo, exigem do pesquisador uma postura ética, favorecendo, assim, o desenvolvimento e aprimoramento de capacidades atitudinais previstas na proposta educacional do ensino organizado por ciclo de formação humana.

A transdisciplinaridade dá sentido ao fazer pedagógico e seus processos. A comunidade na escola e a escola na comunidade é o ideal de educação. A formação integral do ser humano pressupõe desenvolvimento de capacidades atitudinais, procedimentais e cognitivas, uma ação incompleta no caso de isolar ações na escola das vivencias sociais.  

O cooperativismo e a cidadania e suas relações se pautam em práticas sociais de grupos, portanto, coerentes com as atividades propostas pelo presente projeto. A escola buscando dados na comunidade e devolvendo a ela os resultados dos estudos, é uma prática de cooperativismo.

Cinco turmas de alunos da Escola estadual Rui Barbosa estão envolvidas no projeto Ambiente e Cidadania com delimitação do tema no Código Florestal Brasileiro e sua relação com os temas escolares. Os alunos foram distribuídos em equipes, um dos princípios do cooperativismo. Na avaliação dos trabalhos apresentados pelas equipes é possível identificar ações de cooperativismo e ações de individualismo bem claras. Isso passa a ser rico instrumento de diagnóstico para a professora (re)planejar as atividades com o foco na construção dos conceitos de cidadania, democracia, justiça, solidariedade, sustentabilidade, entre outros, todos conceitos base na promoção do cooperativismo.

As apresentações que seguem, são sínteses de leituras feitas para fundamentar a pesquisa de campo sobre Código Florestal Brasileiro, socializadas em sala de aula. Mais fundamentação teoria é encontrada em cada Sala Web permeando os temas de cada equipe e em específico a equipe número 10 de cada turma.  Também segue resultados da pesquisa de campo e fotografias do evento que promoveu a exposição dos trabalhos realizados nas Escolas de Nova Mutum.

As apresentações em Point e a pesquisa estão aqui repetidas para facilitar ao leitor dessa matéria. Já foram apresentadas em outros momentos nesse mesmo espaço.