terça-feira, 24 de junho de 2014

É COPA DO MUNDO NO BRASIL!



Seguindo meu raciocínio anteriormente apresentado, mantenho a convicção de que entre outros elementos de outras áreas, o futebol, o carnaval, a festa junina, o bumba-meu-boi o samba e outros, identificam nossa cultura e, por isso, são importantes para a soberania do nosso país. Perder a identidade é perder a soberania.

Insisto, portanto, que para acabar ou minimizar as mazelas do povo brasileiro, apontadas e criticadas pela oposição e ignoradas por quem está no poder, é lutar para eliminar da nossa história e da nossa identidade, a corrupção. Esse elemento sim é maléfico.

Trago hoje um artigo do Jornalista Luciano Pires* que tem a capacidade de relacionar futebol, mídias, política e educação. Analisando o artigo, entre outras considerações, pode-se identificar claramente o problema: corrupção. Ou seja, o problema não é o futebol, a educação, a política, a mídia. É a corrupção existente nesses “espaços-meios”.

E minha hipótese para que a melhoria em todos os processos que envolvem a sociedade brasileira, é um processo de “Alfabetização política”. Com ou sem ajuda da mídia. Com ou sem ajuda de professores. Com ou sem ajuda dos políticos. Porque considero que a ação individual inicial pode levar a uma ação coletiva. Exemplifico com algumas questões a você que estufa o peito para tudo criticar, especialmente nas redes sociais onde não há olho no olho:

Quais seus princípios?
Com base em que princípios você educa seus filhos?
Quais suas práticas diárias com sua família, seus vizinhos, seus colegas de trabalho, seus amigos?

A atitude de Sueli Ricarelli é bastante positiva, investindo na educação dos filhos e procurando provocar reflexão em educadores que estão em contato diário com jovens e em jovens, a geração que pode mudar a situação, porque uma mudança estrutural como a que o Brasil precisa, é uma questão de geração. Isso fez o PT quando desenhou o partido, nos anos 80 e hoje é fato: conquistou o poder. Uma geração!

Alerta, jovens! O Brasil tem solução. Uma delas é, terminada a Copa do Mundo no Brasil, dedicar milhares de páginas e horas discutindo o “Plano” dos candidatos à Presidência da República do Brasil”, as estratégias para melhorar os serviços públicos mantidos pelos impostos dos cidadãos brasileiros, o esquema para monitorar os gastos públicos, etc. Ou seja, como bem diz Luciano Pires, “discutirmos a sucessão como discutimos a Seleção”.

Não é possível?
Por que não é possível?

* O artigo é apresentado aqui com alguns comentários, a fim de provocar a continuação do debate.


SELEÇÃO OU SUCESSÃO

Durante a Copa, somos bombardeados pela mídia falando dos convocados e do esquema de jogo. Milhares de páginas e horas discutem o plano do treinador, as estratégias. Afinal, tem coisa mais importante que ganhar a copa?

Tem.

Na campanha presidencial, assistimos aos discursos, a propaganda televisiva e a lenga-lenga de sempre de três ou quatro candidatos com chances de assumir a direção do Esporte Clube Brasil S.A. e o que discutimos?

Qual o marqueteiro levaria vantagem, qual campanha televisiva seria a mais criativa, os novos ternos do candidato A, a antipatia do candidato B, o falatório do candidato C, a mulher do B. discutimos os acessórios. O principal, os programas, as propostas concretas para dar continuidade ao crescimento do país, ficam em segundo plano.

Se discutíssemos a sucessão como discutimos a Seleção, com certeza teríamos mais inteligência, valor e consequência. Mas parece que a Seleção é mais importante que a sucessão.

Essa discussão vazia cria os analfabetos políticos, gente que se orgulha de dizer que não gosta de política, que não vai votar “nisso que está aí”, votando em branco ou anulando. Ou simplesmente não votando. Uma espécie de protesto burro, que coloca na mão de terceiros seu próprio destino.

Tenho notado no Brasil uma profunda ignorância sobre o que vem a ser política. Como faz com todos os problemas complexos, inclusive com o esquema tático da Seleção, o brasileiro simplifica. Reduz política a troca de favores. A conchavos, a coisa de gente desonesta disposta a tirar vantagens pessoais...

E tudo passa a ser “sempre assim...” e vira piada. E quem vota sem analisar propostas, apenas interessados em benefícios imediatos ou no discurso “bonito” dos candidatos, é o que? Semianalfabeto político!

Pois tenho uma má notícia. Nosso destino está nas mãos de alguns milhões de semianalfabetos políticos! Alguém duvida?

Essa constatação me leva a uma súplica: que os meios de comunicação de massa que hoje discutem o acessório, iniciem um processo de alfabetização política. Ainda há tempo.

Em vez de falar da barba aparada do candidato A, falar de suas propostas. Em vez de falar do primo do candidato B, falar de sua receita para o Brasil voltar a crescer. Que tal analisar de forma objetiva, e inteligível para a população, os planos dos próximos candidatos? Explicar o que existe de bom e o que é lenga-lenga? Dizer por quais razões não dá para praticar uma ruptura ou manter um modelo atual? Avaliar o currículo de cada candidato e suas possibilidades de cumprir as promessas? Avaliar quem são os prováveis ministros de cada candidato, quais suas ideias?

Da mesma forma como fazemos com a Seleção

Essa comparação, se repetidamente feita, com linguagem simples e didática, prestará ao Brasil um serviço maior que os milhares de minutos e páginas gastos diariamente com superficialidades.

Quando a mídia de massa começar a tratar seus leitores e espectadores como algo mais que analfabetos políticos, começaremos a mudar este País. E talvez ganhemos algo mais importante que a Copa.

Este texto faz parte do meu livro “Brasileiros Pocotó”, foi escrito 12 anos atrás, durante a Copa do Mundo de 2002.


Luciano Pires




COMENTÁRIOS


Querer que a mídia de massa ajude a politizar a população é brincadeira. Quer meio mais comprado que esse? Desisti de assistir TV há tempos!! Leio seus artigos porque valem a pena e muitas vezes encaminho o link para a escola de minhas filhas, para gerar alguma discussão com os jovens em formação. Gostaria muito que sua ideia frutificasse nos meios de comunicação de massa, mas sou totalmente descrente ... prefiro investir na educação para termos cidadãos mais críticos no futuro e quem sabe conseguirmos melhorar até a programação apresentada por esses meios ( é muito triste e decadente). Abraços, Sueli Ricarelli


A ALGUM TEMPO ATRÁS, COMENTEI COM AMIGOS QUE UMA BOA SAÍDA PARA DISCUTIRMOS POLITICA SERIA COM "ENSINANDO A VOTAR". a ideia é a seguinte, grupos de amigos fazendo reuniões com conhecidos, tipo essas de venda em grupo, discutindo e ensinando como ver o candidato, como analisar seus feitos, como buscar informações na internet, enfim como achar a sua excelência, " o candidato". Mobilizar entidades de classe, grupos e ongs, para com isso elucidar o maior numero de pessoas. Ainda temos chances..... não podemos perder as esperanças. Eliel Bianchi

Eis uma carta que enviei a uma professora que defendia fanaticamente a copa:
1-       Futebol que devia ser apenas um esporte de laser e diversão, se tornou para muitos um objetivo de vida e objeto de alienação e fanatismo criminoso. Além de um NEGÓCIO sujo que gera bilhões aos chefões da máfia FIFA.
2-       Futebol é o meio mais fácil de ANESTESIAR o sofrimento dos mais pobres, que passam a olhar um jogo como uma catarse de todos os males de suas vidas.
3-       Futebol é um esporte extremamente machista. Deu pena, para dizer o mínimo, ver uma excelente jogadora brasileira desprezada por quase 100% da torcida, fazendo propaganda para que os brasileiros curtam a copa masculina. (minha namorada tentou ser jogadora por muitos anos, mas sem NENHUM apoio ela teve que desistir).
4-       A alegria ingênua que o futebol trazia está sendo substituída por agressividade brutal e atualmente, por um sentimento de que estamos sendo manipulados: NÃO TEM PÃO, DÁ-LHE CIRCO! E que circo caro este! Cada dia mais caro e vazio.
5-       As crianças mais pobres perdem muitos anos sonhando em serem jogadoras. Uma desgraça para muitos pais que vêm a escola ser desprezada como uma coisa inútil que eles só abraçarão quando “tudo estiver perdido” em suas “carreiras de jogadores”.
6-       Muitos pais de família (e até mães) deixam de comprar o essencial para seus filhos para conseguirem comprar um ingresso para um maldito jogo.
7-       O fanatismo é incentivado como uma coisa boa, como amor ao time, quando o que vemos hoje é uma rivalidade selvagem e assassina. Fanatismo NUNCA foi positivo para nada e nunca será. Mas os times se aproveitam dessa fraqueza humana para sobreviverem.
8-       Vemos jogadores tratados como verdadeiras preciosidades. Gente tosca que mal sabe se expressar, mas vale muito, muito mais que um médico, um educador, e até uma mãe ou pai. (um chefe de uma quadrilha de torcedores chegou a dizer que sentiu mais tristeza quando seu time foi rebaixado do que com a morte de sua mãe, depois disse que se arrependeu, mas já era tarde).

Eu e meus amigos temos muitos argumentos mais, porém, fico nestes porque sei que devo estar “pregando no deserto” porque a senhora é fanática e cega. Mauro Andrade.

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